terça-feira, 11 de agosto de 2009

AMANSAR PORTUGAL II


Eis o original! Palavras para quê?
Tanto haveria para dizer, meu Deus!


Depois de chocar de frente com este cartaz, em todas as rotundas, não consegui resistir ao olhar de serpente do nosso Primeiro, e decidi fazer uma análise semiótica deste autêntico mosaico da comunicação. Já terá a assinatura do “mago” que idealizou a campanha de Obama? Espero bem que sim, pois, por este caminho… Vamos lá então desmontar esta coisa, traçando apenas alguns vectores semânticos, para não abusar da paciência dos meus leitores.

O slogan principal é pobre e soa a déjà vu: embora contenha apenas dois vocábulos, eles estão demasiado gastos no universo do marketing político; por outro lado, é demasiado denotativo, o que é negativo para o partido e para a personalidade destacada, pois evidencia falta de imaginação, falta de criatividade, precisamente o que faz falta na actual conjuntura. O slogan secundário, que acompanha o logotipo do PS, confirma o que acabo de dizer e revela-nos um candidato confortável no trem da periferia cultural, visto tratar-se de uma imitação barata do “YES, WE CAN”, de Obama.

Temos de agradecer a quem concebeu este cartaz, pois tenho a certeza de que muito ajudará à derrota do Partido Socialista nas próximas eleições. Mas há um pormenor repugnante, que não devemos perdoar: usar a Mulher para seduzir o eleitorado. E logo este senhor, que, durante quatro anos, tentou esmagar uma classe profissional constituída, na sua esmagadora maioria, por mulheres, depauperando o seu estatuto profissional, a sua imagem social e o seu papel familiar. Neste caso, a palavra "outdoor" faz todo o sentido.

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